Elementos são feitos em laboratório e se desfazem em frações de segundo; nomes provisórios são ununquádio (114) e ununhéxio (116)
Dois novos elementos foram aceitos oficialmente e passam a integrar a tabela periódica. O reconhecimento veio das uniões internacionais de química e física puras e aplicadas (respectivamente Iupac e Iupap, nas siglas em inglês), que têm um grupo conjunto de estudos para avaliar as pesquisas feitas nessa área e regular os resultados.
Os dois elementos têm como número atômico – que designa o número de prótons em cada átomo – 114 e 116. Todos os elementos com número atômico de até 112 já eram reconhecidos. Há pesquisas alegando a descoberta dos elementos de número 113, 115, 117 e 118, mas eles ainda não foram aprovados pelo grupo de estudos da Iupac e da Iupap.
A recente descoberta foi creditada a cientistas dos laboratórios de Dubna, na Rússia, e Lawrence Livermore, nos EUA. Eles poderão sugerir os nomes dos novos elementos, e a proposta passa por um processo de avaliação. Segundo John Corish, da Iupac, os nomes devem ser escolhidos em cerca de seis meses. Até lá, eles serão chamados provisoriamente de ununquádio e ununhéxio, em referência a seus números.
Os elementos descobertos não existem na natureza, foram criados em laboratório – como todos os que têm número atômico superior a 94. São radioativos, extremamente pesados e instáveis; se dividem em outros elementos em frações de segundo.
“Não há aplicação prática, é uma questão de curiosidade”, disse o professor da pós-graduação em química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sobre as pesquisas que desenvolvem novos elementos. O pesquisador citou ainda a “teoria da estabilidade”, que acredita que, por volta do número atômico 120, haverá elementos que se mantenham por mais que frações de segundo e, por isso, poderão ser mais bem observados.