quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Lousa digital, carteiras eletrônicas e animações em 3D: ferramentas da escola do futuro

No quadro negro, as imagens se movimentam com o toque das mãos. Nas tradicionais carteiras, além de cadernos e lápis, as crianças podem acessar a internet. A cena que parece ser de um filme de ficção científica está mais real do que se imagina. Essas e várias outras tecnologias já estão sendo utilizadas em escolas brasileiras.
Em Pelotas (RS), a Escola de Ensino Fundamental e Médio Mário Quintana já aderiu às lousas digitais desde junho do ano passado. Segundo a professora de língua portuguesa da escola, Thaís de Almeida Rochefort, a ferramenta permitiu que os alunos dessem “vida aos conhecimentos”. “Assuntos antes tratados de maneira menos interativa, agora fazem com que os alunos se sintam parte deles, co-autores”, explica.
Ela e outros professores têm recebido treinamentos constantes para se adaptar à nova tecnologia. “A cada aula descobrimos novas possibilidades de tornar a escola mais próxima e significativa”, conta, ao ressaltar que a reação dos alunos não poderia ser mais positiva.
Um exemplo de programa que pode ser utilizado na lousa digital é o software em três dimensões. Com ele, os professores podem elaborar aulas interativas, revelando o interior de uma célula, o relevo de um mapa, ou até mesmo os músculos do corpo humano. Basta, por exemplo, tocar o dedo na tela para o sistema solar aparecer e se movimentar.
Desenvolvido pela empresa P3D, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), o software já está sendo utilizado em 200 escolas privadas e 30 públicas no Brasil. O programa não tem texto, nem guia de voz, somente imagens de grande qualidade gráfica. Segundo a professora Jane Vieira, executiva da P3D, esta característica é uma vantagem porque as imagens podem ser usadas com qualquer material didático, independentemente de filosofia, pedagogia e didática. Jane Vieira garante que em breve o instrumento será oferecido em software livre, o que permitirá que todas as escolas utilizem gratuitamente.
Já no município de Serrana (SP), cidade próxima a Ribeirão Preto, as carteiras eletrônicas são a novidade. Conhecidas como Lap Tup-niquim, elas dispõem de uma tela sensível a toques, sobre a qual se pode escrever, fazer desenhos ou equações. O tampo pode ser levantado, e abaixo dele fica um teclado, caso seja necessário digitar. A CPU do computador fica acoplada embaixo da carteira.
Desenvolvidas em parceria pelo Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), de Campinas, instituição do Ministério da Ciência e Tecnologia, e pela Associação Brasileira de Informática (Abinfo), empresa abrigada na Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec), cerca de 300 carteiras eletrônicas já estão sendo utilizadas na Escola Municipal Maria Celina. De acordo com Victor Mammana, idealizador do projeto, o diferencial da carteira é justamente a superfície de interação. “Como diz Bill Gates, a próxima revolução não será de conteúdo nem da forma de apresentá-lo, mas, sim, da maneira como o corpo humano irá interagir com a tecnologia”, afirma. O projeto tem apoio da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação.

Bônus para usar internet são incentivo em escola de Tocantins


A identificação do motivo das frequentes faltas dos alunos da Escola Estadual Presidente Costa e Silva, de Gurupi, Tocantins, resultou na criação do projeto pedagógico Bônus Lan House Monitorada. O aluno que, em um mês, obtém carimbos positivos na agenda, por boa disciplina e cumprimento das tarefas escolares, ganha pontos a serem trocados por tempo livre de acesso à internet nos computadores portáteis da escola, no turno oposto ao das aulas.

A inovação reduziu o número de faltas e levou a unidade de ensino a ser escolhida como Escola Referência Brasil do Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar, ano-base 2010, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Como premiação pela experiência bem-sucedida, a diretora da escola, Adriana da Costa Pereira Aguiar, viajou aos Estados Unidos. Lá conheceu experiências desenvolvidas no ensino público. “Fiquei surpresa ao ver, em duas escolas, projetos parecidos com o nosso, num espaço que chamam de cybercafe”, revela Adriana.

Ao voltar da viagem, ela promoveu enquete virtual para os alunos escolherem um nome para espaço semelhante a ser criado na escola Presidente Costa e Silva. “Envolver os alunos na criação desses espaços e nos debates faz com eles se sintam bem”, avalia a diretora.

Bônus — Tudo começou com a descoberta de que muitos alunos da instituição frequentavam lan houses, sem o conhecimento dos pais, para navegar nas redes sociais — o acesso à internet na escola, oferecido aos 300 alunos do sexto ao nono ano, restringia-se a pesquisas e trabalhos escolares, no horário das aulas. Para coibir a freqüência às lan houses, a direção da escola decidiu contabilizar o número de registros positivos nas agendas individuais. Quanto mais carimbos positivos, mais bônus para tempo livre na internet. “Mas é um acesso controlado porque os acessos a sites proibidos ficam registrados no computador”, explica Adriana. “Se isso acontecer, eles perdem os bônus.”

Edy David Feitoza Lima, 14 anos, estava entre os estudantes que trocavam as aulas pela lan house. “Ficava lá, jogando”, revela. A mãe de Edy ficou surpresa ao ser avisada pela escola das faltas frequentes. “Eu estava trabalhando muito e fiquei chocada ao saber que meu filho não estava indo à escola”, diz Luzineide Feitoza de Vasconcelos.

O projeto da lan house monitorada não foi a única iniciativa que levou a escola a merecer o prêmio de gestão bem-sucedida. A própria dinâmica diária dos alunos é diferente do modelo tradicional das escolas brasileiras. São os alunos, não os professores, por exemplo, que mudam de sala a cada aula. Nelas, encontram ambiente planejado, com recursos específicos para as disciplinas.

“São seis salas com ambientes diferentes, mas em todas há 35 laptops à disposição dos alunos”, explica a coordenadora pedagógica Dalília Arantes. A escola participa do projeto Um Computador por Aluno, do governo federal. A tecnologia, acessível em toda a escola, motiva os estudantes. “Damos asas à imaginação, mesmo” afirma Dalília. “Os laptops servem para fazer desde a pesquisa sobre um novo vírus até o preenchimento de ficha literária virtual após a leitura de um livro.”

Controle — Para que os pais saibam diariamente como foi o dia do filho na escola, todos os alunos têm uma agenda. Nela, o professor usa até seis carimbos para avaliar o comportamento do estudante. Outro recurso é o caderno de ocorrência da turma. Dele constam a foto e o nome do aluno e os contatos da família. Ali, o professor faz observações sobre deveres de casa e problemas de disciplina. A diretoria reserva um horário, nas quartas-feiras à noite, para que os pais conversem com os professores.

Com tais iniciativas, a escola tem apresentado evolução no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb), que saltou de 3,7 em 2007 para 5,1 em 2009. A evasão escolar, que chegou a 22% há três anos, foi reduzida a zero, com a frequência monitorada. Caso um aluno falte às aulas, os pais são procurados por orientador pedagógico ou professor conselheiro.

Parceria — A visita da diretora aos Estados Unidos pode render um projeto, em parceria com a Lakeview Centennial High School, do Texas. “É uma escola muito forte na área de comunicação”, diz Adriana. “Na própria instituição, os alunos têm uma rede de TV que pode ser vista por todos.”

A diretora admite que a escola de Gurupi não tem recursos para tanto, mas acredita na criação de um projeto que permita aos alunos, por exemplo, registrar em filme a forma pela qual resolveram questões complexas e postar o filme no blog da unidade de ensino.

FUNDEB - Mês de Novembro de 2011

Um quinto dos adolescentes brasileiros está fora da escola, diz Unicef

Em seu primeiro relatório sobre a situação dos adolescentes brasileiros, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (30) que 20% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade estão fora da escola, em uma faixa etária que abrange quase todo o ensino médio. Já entre as crianças entre 6 e 14 anos de idade vivem situação bem menos crítica, com menos de 3% sem estudar.
O documento leva em conta a evolução dos indicadores sociais entre 2004 e 2009, com foco na população de 21 milhões de pessoas – o equivalente a 11% da população brasileira – entre 12 e 18 anos. De acordo com o Unicef, esse retrato é único porque “as projeções demográficas mostram que o Brasil não voltará a ter uma participação percentual tão significativa dos adolescentes no total da população”.
A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, e de seu futuro sucessor, Gary Stahl, sugeriram que o governo federal monte um plano específico no Plano Nacional de Educação para os adolescentes fora da escola, para os que correm risco de desistirem e para os retidos no ensino fundamental. A entidade também cobrou a produção de dados, estatísticas e informações sobre o grupo de 12 a 17 anos de idade.
A entidade ligada à ONU informou que dos dez indicadores avaliados entre 2004 e 2009, oito tiveram avanços, mas o de extrema pobreza retrocedeu e o de homicídios “manteve-se estável em um patamar preocupante” no ano retrasado. A taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos era de 43,2 para cada 100 mil, enquanto a média geral era de 20 homicídios/100 mil.

Questão racial

O relatório também indicou que um adolescente negro tem quase quatro vezes mais risco de ser morto que um branco. Um jovem indígena tem o triplo de chances de ser analfabeto que os adolescentes em geral. “Nós estamos aqui para desconstruir um preconceito”, disse Poirier, do Unicef. “Queremos propor um novo olhar, que reconheça que os adolescentes são um grupo em si. Não são crianças grandes, nem futuros adultos. São sujeitos, com direitos específicos.”
Com base nisso, o Unicef também sugeriu “o fortalecimento das políticas públicas universais com foco específico na adolescência e um foco ainda mais específico nos adolescentes mais desfavorecidos (adolescentes afro-brasileiros, indígenas, adolescentes com deficiência e aqueles que vivem nas comunidades populares das grandes cidades, no Semiárido e na Amazônia)”.

Português na REDE - Tire suas dúvidas

TAXADO ou TACHADO ?

1o) TAXADO vem de taxa (=tributo):

“A venda destes produtos foi TAXADA pelo governo.”

2o) TACHADO significa “acusado, considerado, qualificado, rotulado”:

“Ele foi TACHADO de ladrão.”



FLUIDO ou FLUÍDO?

“Minha dúvida é em relação à pronúncia da palavra FLUIDO, uma vez que não tem acento. Como se pronuncia corretamente? Com a sílaba tônica no “u” ou no “i”?”

1º) A palavra FLUIDO (= sem acento) é um substantivo. Devemos pronunciá-la com a sílaba tônica no “u”:

“Nesta casa, eu sinto bons FLUIDOS.”

“Acabou o FLUIDO do velho isqueiro do meu avô.”

2º) A palavra FLUÍDO (=com acento agudo no “i”) existe, mas é verbo. É o particípio do verbo FLUIR:

“Nos seus discursos, as palavras têm FLUÍDO com incrível facilidade.”

“A água tinha FLUÍDO pelo cano.”



De segunda à ou a sexta-feira?



O certo é “de segunda a sexta-feira”.

Não ocorre a crase porque não há artigo definido. Nesta frase, nós nos referimos a qualquer segunda-feira (=usamos apenas a preposição “de”) e a qualquer sexta-feira (=só existe a preposição “a”).

Se nos referíssemos a uma determinada segunda-feira e a uma determinada sexta-feira, haveria artigo definido e, consequentemente, ocorreria a crase: “O curso vai da próxima segunda à sexta-feira”.

A dica é a seguinte: “de…a (sem crase)”; “da…à (crase)”.

Observe outros exemplos:

“A reunião vai das 2h às 4h.”

“A reunião vai durar de duas a quatro horas.”

“Leia da página 5 à 10.”

“Leia de cinco a dez páginas por dia.”

“São alunos da 5a à 8a série.”



ACONTECE ou ACONTECERÁ?

“Os verbos não se conjugam mais no tempo futuro? Veja as redações abaixo: 1a) Do dia 9 a 14 de agosto ACONTECE em São Paulo a Feira Internacional; 2a) O evento, que é bianual, ACONTECE em São Lourenço.”

O leitor tem razão. Embora não seja erro, virou moda usarmos o verbo no presente como se fosse futuro. O melhor é usar o verbo no futuro: “A feira ACONTECERÁ…”, “O evento ACONTECERÁ…”

Agora, pior que usar o tempo presente como futuro é a chatíssima repetição do verbo ACONTECER. Nada mais SE REALIZA, tudo acontece. É um modismo a ser evitado. Sua excessiva repetição traduz pobreza vocabular.



COM ou CONTRA?

É frequente ouvirmos: “Brasil joga hoje à tarde COM a Holanda.”

O leitor tem alguma razão. O Brasil deve jogar CONTRA a Holanda.

É bom lembrar o velho exemplo do tênis:

1a) Se Guga vai jogar COM Meligeni, teremos um jogo de duplas. Guga e Meligeni vão jogar juntos, vão formar uma dupla.

2a) Se Guga vai jogar CONTRA Meligeni, teremos um jogo de simples. Guga e Meligeni serão adversários

Termina hoje a V edição da FILCO - Feira Interativa de Leitura e Conhecimento na Praça de Alimentação.

Na oportunidade haverá exposição de trabalhos, contação de histórias, jogos de leitura, teatro, apresentações culturais e musicais com a participação das escolas da rede municipal de ensino. Além de apresentar os projetos vivenciados ao longo do ano, a ideia também é propor cionar um momento de integração entre escola e comunidade.