quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cientistas apresentam pesquisa sobre novo anel vaginal contra Aids em Washington

Anel vaginal com medicamento anti-Aids

Oferecer às mulheres ferramentas para se protegerem quando seus parceiros não usam a camisinha é fundamental para combater a pandemia da Aids. Mulheres já representam metade dos 34,2 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo. Na África, esse número chega a 60%.

Mas desenvolver os chamados microbicidas tem sido difícil. Pesquisas anteriores encontraram um gel vaginal anti-Aids experimental que oferecia uma proteção parcial, mas lembrar-se de usá-lo em cada ato sexual seria um obstáculo para algumas mulheres.

A nova tentativa: um anel vaginal que é inserido uma vez por mês e, lentamente, espalha uma droga anti-Aids em todo o tecido ao redor dele. O trabalho marca uma tentativa de “uma nova geração de ferramentas de prevenção direcionadas às mulheres”, observou Carl Dieffenbach, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, na terça (24) ao anunciar a nova pesquisa na Conferência Internacional de Aids.

"Nós precisamos de opções que se encaixam facilmente na vida das mulheres", acrescentou Sharon Hillier, da Universidade de Pittsburgh e da Rede de Testes de Microbidas, que está conduzindo o estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde.

Desenvolvido pela organização sem fins lucrativos "Parceria Internacional para os Microbicidas", o anel de silicone contém uma droga anti-Aids chamada dapivirine. Ao contrário dos anéis vaginais vendidos hoje nos EUA, o anel experimental não funciona como anticoncepcional. Por enquanto, o foco está somente na prevenção do HIV.

Estudos iniciais sugeriram que o anel poderia funcionar, e as mulheres afirmaram que preferiam usá-lo em vez de um gel, informou Saidi Kapiga, da Escola Londrina de Higiene e Medicina Tropical. Agora começam estudos necessários mais abrangentes para testar se o anel realmente funciona.

O estudo financiado pelo Instituto, chamado Aspire, vai envolver cerca de 3.500 mulheres em Malawi, na África do Sul, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. Algumas vão receber ou um anel vaginal contendo dapivirine; outras, um anel idêntico na aparência, mas livre de drogas, a ser inserido uma vez por mês durante um ano.

O objetivo é verificar se a utilização do anel reduz o risco das mulheres se infectarem pelo HIV em pelo menos 60%. As primeiras mulheres em Uganda foram inscritas na terça-feira, disse Hillier.

Um estudo com um anel menor, envolvendo 1.650 mulheres, começou no mês passado na África do Sul e pretende recrutar mulheres em Ruanda e Malawi, também.

"Esse tipo de proteção com base vaginal deve causar menos efeitos colaterais que as pílulas, e estudos anteriores do anel não encontraram problemas", contou a diretora-executiva da Parceria Internacional para os Microbicidas. "Além disso, estudos em animais não mostraram nenhum sinal de que o anel poderia prejudicar o feto caso a mulher tenha engravidado ao usá-lo", acrescentou.



4 em cada 10 universitários não sabem escrever

Quase 40% dos universitários do país têm alguma dificuldade com leitura, escrita e interpretação de textos. É o que apontam os dados do Indicador de Analfabetismo Funcional, divulgados ontem pelo Instituto Paulo Montenegro.

De acordo com o estudo, que ouviu mais de 2 mil pessoas em todo o país, 38% dos que têm ou estão cursando um curso de graduação não possuem alfabetização plena, isto é, apresentam dificuldades para lidar com textos e cálculos mais longos. No entanto, o ensino superior é o grau de escolaridade com o maior percentual de pessoas no nível pleno: 62%.

“A partir do ensino médio, o ideal era ter 100% com alfabetização plena”, afirmou a consultora de projetos do Instituto, Fernanda Cury.