segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Educação básica: Avaliação tem início nesta segunda-feira em escolas de todo o país



Começa nesta segunda-feira, 7, em todo o Brasil, e vai até o dia 18 próximo, a aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de acordo com a data especificada para cada escola. Cerca de 6,2 milhões de estudantes de 71 mil unidades de ensino públicas e particulares participam da avaliação, em 5.538 municípios. Os resultados serão divulgados em julho do próximo ano.

Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o exame é composto pela Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), nacionalmente conhecida como Prova Brasil, e pela Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb). O objetivo das provas é aferir a real situação do sistema educacional brasileiro a partir da avaliação de desempenho dos estudantes e fazer o levantamento de informações sobre escolas, professores e diretores.

A Prova Brasil é aplicada em escolas públicas urbanas e rurais que tenham no mínimo 20 estudantes matriculados no quinto e no nono anos (quarta e oitava séries) do ensino fundamental. A Aneb avalia as redes pública e particular de ensino e abrange o terceiro ano do ensino médio. Nesta edição do Saeb cerca de 1,9 mil escolas particulares participam da avaliação.

10% dos professores no país fazem 'bico'

Por volta de 266 mil professores da educação básica do país possuem uma segunda ocupação fora do ensino, um "bico", aponta estudo apresentado no mês passado pelos pesquisadores da USP Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto.

A informação é da reportagem de Fábio Takahashi e Elton Bezerra publicada na edição desta segunda-feira da Folha.

Os professores com segunda ocupação representam 10,5% do magistério nacional, índice bem acima do da população brasileira (3,5% têm outro trabalho). O estudo usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.
Alguns dos mais frequentes "bicos" dos docentes são os de vendedores em lojas e os de funcionários em serviços de embelezamento.

Para os autores do estudo, a maior incidência do "bico" entre os professores está relacionada aos baixos salários.

Tanto o Ministério da Educação quanto os secretários estaduais admitem que os salários dos professores estão longe do ideal. Afirmam, porém, que têm melhorado.

Folha.com

Energia misteriosa sem explicação até agora


Uma das maiores descobertas da história da astronomia está completando uma década neste ano, mas cientistas não têm muita motivação para comprar um bolo e tornar a data uma comemoração. Em 1998, dois grupos de pesquisa independentes descobriram que o Universo está se expandido de maneira acelerada –algo que ninguém esperava. Passados dez anos, a força que move esse fenômeno já tem um nome –energia escura–, mas ninguém ainda sabe o que ela é.
“Não estamos mesmo muito mais perto da resposta do que estávamos antes”, disse à Folha Robert Kirshner, astrônomo da Universidade Harvard, de Cambridge (EUA). “Mas estamos bem convencidos hoje de que essa coisa existe, e esse sinal não se foi nos últimos anos. Na verdade se tornou melhor, mais evidente.”
Kirshner foi um dos astrônomos com papel crucial na descoberta de 1998. Ele inventou uma maneira de analisar a luz de supernovas (explosões de estrelas) em galáxias que se afastam da Terra a alta velocidade para estimar quão distantes elas estão. Sob liderança de Adam Riess, ex-aluno de Kirshner, astrônomos usaram essa técnica para fazer um grande mapeamento do Universo, mostrando que as galáxias mais distantes estão se afastando cada vez mais rápido.
Os astrônomos demoraram para acreditar no que estavam vendo. Já se sabia desde 1929 que o Universo estava em um movimento de expansão, que tinha iniciado com o impulso do Big Bang, a explosão que o originou. Todos achavam, porém, que a força da gravidade de toda a massa que existe no cosmo acabaria freando esse impulso alguma hora.
“No final de 1997, quando estavam saindo as primeiras análises de Adam Riess, ele me disse “Cuidado aí! Parece que nós estamos obtendo massa negativa”. Eu respondi então: “Você deve estar fazendo algo errado. Tem certeza de que não esqueceu de dividir por pi?”
Mas não era um erro na fórmula. Os astrônomos ficaram tão chocados quanto Isaac Newton ficaria ao ver uma maçã caindo para cima. Não é possível perceber a energia escura em pequena escala –maçãs costumam cair para baixo aqui na Terra–, mas na escala cosmológica essa força está agindo contra a gravidade, afastando as galáxias umas das outras.
Problema constante
Sem dados experimentais que possam sugerir o que é a energia escura, cientistas voltaram então para a teoria. Algo que poderia explicar a energia escura era um conceito antigo criado por Albert Einstein. Sua teoria da relatividade geral indicava que a gravidade deveria fazer o Universo encolher, mas o grande físico acreditava num cosmo imóvel, parado. Sua solução foi postular uma força repelente para fechar as contas.
A essa nova força –uma tentativa de resolver o problema “na marra”– o físico deu o nome de “constante cosmológica”. O que a idéia implicava era um tanto absurdo: o vácuo, ou seja, o nada, conteria energia.
Aparentemente, na década de 1930, Einstein acabou sucumbindo às provas de que o Universo estava mesmo em expansão e se afastou do debate. Após a descoberta da expansão acelerada em 1998, porém, físicos ressuscitaram sua idéia: a energia escura talvez seja a constante cosmológica.
A essas alturas, a energia do vácuo já não era uma idéia tão absurda, e tinha sido até mesmo postulada na forma de “partículas virtuais” pelos físicos quânticos. Com base nisso, então, teóricos calcularam qual seria o valor da constante cosmológica se ela fosse mesmo o impulso do “vazio quântico”. Só que a conta não fechou.
“A energia escura é ridiculamente pequena, e a energia do vácuo teórica é ridiculamente grande”, explica Raul Abramo, físico da USP (Universidade de São Paulo). “Seria como casar uma ameba com uma baleia.”
Outros teóricos postulam que a energia escura seja uma outra força da natureza, uma espécie de “antigravidade”. Para isso, porém, precisaria haver evidência de que ela varia no espaço e no tempo. Em outras palavras, seria preciso essa energia não ser “constante”. Mas até onde a precisão dos telescópios permite ver, ela é.
Para sair da enrascada, físicos esperam agora a chegada de dados de supertelescópios, mas nada garante que imagens mais precisas tragam novas idéias.