O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou, nesta terça-feira, 20, que houve aumento dos investimentos na área de ciência, tecnologia e inovação no âmbito do governo federal nos últimos anos. Em resposta a manifesto divulgado por entidades do setor industrial e da comunidade científica, que reclamava de cortes, o ministro enfatizou que o documento não considera o aumento de crédito da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – nem ações como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Ciência sem Fronteiras.
Na visão de Mercadante, um salto qualitativo no setor depende da parceria público-privada, mas, sobretudo, da atitude empresarial. No Brasil, o percentual de investimento público em ciência, tecnologia e inovação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é de 0,61. O investimento privado é menor: 0,55. “É diferente do que ocorre nos países da OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico]”, disse o ministro. Segundo ele, no Japão, por exemplo, a proporção é de 0,54 (público) e 2,69 (privado). “Isso mostra que o Brasil precisa de determinação empresarial de compromisso com a inovação”, ressaltou.
Mesmo assim, segundo Mercadante, o Brasil atrai cada vez mais o interesse de doutores e pesquisadores estrangeiros. “Vivemos diáspora de cérebros e o Brasil consegue atrair talentos.” O ministro informou que já foram aprovadas 11,5 mil bolsas pelo programa Ciência sem Fronteiras.
Mercadante também destacou o salto que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deram nos últimos anos. De acordo com o ministro, em 2011, foram concedidas 1.212 bolsas de estudo pela Capes e 836 pelo CNPq. Para este ano, a previsão é de 12.388 bolsas da Capes e 6.140 do CNPq, totalizando investimento de R$ 892 milhões.