segunda-feira, 2 de abril de 2012

Hominídeos dominavam o fogo há 1 milhão de anos, diz estudo

Vestígios de fogo foram encontrados na caverna Wonderwerk, na região norte-central da África do Sul. Foto: AP

Cientistas anunciaram, em um estudo publicado nesta segunda-feira, a descoberta das evidências mais remotas de fogueiras feitas por ancestrais humanos em uma caverna da África do Sul, sugerindo que a prática pode ter começado um milhão de anos atrás. Até então havia pouco consenso entre os especialistas sobre quando nossos primos pré-históricos começaram a produzir fagulhas para cozinhar e se manter aquecidos, segundo o estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Pistas desta atividade foram descobertas em África, Ásia e Europa, mas até agora se acreditava que os sinais mais remotos de uso do fogo fossem de peças de cerâmica queimadas em Israel, datadas de cerca 700 mil a 800 mil anos atrás.

Fragmentos de ossos queimados de animais e ferramentas de pedra que parecem ser ainda mais antigos foram encontrados em camadas de sedimentos na Caverna Wonderwerk, na região norte-central da África do Sul, onde escavações anteriores mostraram um registro significativo de ocupação humana. Os cientistas descobriram "cinzas bem preservadas de material vegetal e fragmentos de ossos queimados depositados 'in situ' em superfícies discretas e misturadas com sedimento" na caverna, sugerindo fogueiras pequenas em locais próximos à entrada, destacou o estudo.

Alguns fragmentos apontam para evidências de um descoloramento da superfície típico de uma queima controlada e não de um incêndio florestal ou qualquer outro evento natural, acrescentou. "A análise atrasa a época de uso do fogo por humanos em 300 mil anos, sugerindo que ancestrais humanos tão remotos quanto o Homo erectus podem ter começado a usar o fogo como parte de seu estilo de vida", explicou o antropólogo Michel Chazan, da Universidade de Toronto, co-diretor do projeto.

O Homo erectus é o mais antigo hominídeo remoto conhecido. Com pernas longas e cérebros grandes que lembram os dos humanos modernos, acredita-se que tenham começado a vagar pela Terra há 1,8 milhão de anos, muito antes dos neandertais. "O controle do fogo teria sido uma grande reviravolta na evolução humana", afirmou Chazan.

"O impacto do cozimento da comida é bem documentado, mas o impacto do controle do fogo teria influenciado todos os elementos da sociedade humana. Socializar em torno de uma fogueira deve ter sido um aspecto essencial do que faz de nós humanos", acrescentou.

A equipe internacional de cientistas incluiu especialistas da Universidade de Boston, da Academia de Ciências e Humanidades de Heidelberg na Alemanha, da Universidade Hebraica de Jerusalém, da Universidade de Witwatersrand em Johannesburgo e da Universidade de Toronto no Canadá.


Site: UOL

Bolsas: Mestrado para professor de matemática terá 1.575 vagas

Professores de matemática que lecionam em escolas públicas poderão se inscrever em maio deste ano no único mestrado profissional semipresencial recomendado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O edital do exame de ingresso para a turma de 2013 tem previsão de 1.575 vagas.

Os professores precisarão fazer uma prova e os selecionados receberão uma bolsa da Capes no valor de R$ 1.200. Atualmente 2.500 professores da rede pública estão no Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat), que é coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Participam do programa 59 instituições de ensino superior nas cinco regiões, num total de 74 polos presenciais.

O mestrado tem duração de dois anos e a tese final obrigatória é uma monografia sobre experiência de matemática do ensino básico que tenha impacto na prática didática em sala de aula. “É um mestrado para fortalecer o ensino da matemática na educação básica. Não dá para termos no Brasil alunos analfabetos em números”, diz Hilário Alencar, presidente da SBM. Em fevereiro de 2013, concluirão o mestrado cerca de mil professores inscritos em 2011, na primeira chamada do programa.

Murilo Sérgio Roballo, 43 anos, inscreveu-se em 2012 e foi o único dos candidatos a gabaritar a prova. “Sou professor há 25 anos, dou aula em dois colégios de ensino médio em Brasília, e foi uma prova tranquila”, afirma o professor, que faz as aulas presenciais na Universidade de Brasília (UnB). “Esse mestrado é importante. Além de aperfeiçoar conhecimento vai repercutir em melhoria salarial”, comenta.


Antonio Cardoso do Amaral, 32 anos, é professor há uma década na rede pública em Cocal dos Alves (PI), cidade a 300 km de Teresina que ganhou destaque pela conquista de medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). “Pelas condições de vida e geográficas, estava difícil cursar um mestrado. Mas era um sonho meu e essa oportunidade surgiu como uma luva”, conta o professor.

As aulas presenciais são na sexta-feira e o professor vai de ônibus ou de carona até a Universidade Federal do Piauí. Segundo ele, o conteúdo caiu bem para as necessidades em sala de aula. “Com a conclusão desse curso, eu já vejo que é possível ir mais longe com meu trabalho de matemática na olimpíada. Vou me sentir bem mais embasado para uma melhor orientação aos meus alunos”, acrescentou. “Quando o aluno tem talento, o professor tem de estar preparado, porque senão ele ultrapassa quem ensina.”

Em contrapartida ao investimento do governo federal, os professores bolsistas devem atuar na escola pública nos cinco anos seguintes após a conclusão do mestrado. A prioridade do Profmat é para professores de escolas públicas, mas 20% das vagas poderão ser preenchidas por docentes da rede privada.

Hoje a Capes tem 380 mestrados profissionais no país, com 13 mil alunos matriculados. No entanto, na modalidade semipresencial, o Profmat é o único. O diretor de educação a distância da Capes, João Carlos Teatini, acredita que a expansão dessa modalidade será acelerada no país. Programas de mestrado profissional semipresencial, em outras áreas de ensino, como letras e química, estão em estudo na Capes.

MEC

Recursos para a educação: União repassa terceira parcela da complementação do Fundeb

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) depositou na sexta-feira, 30, a terceira parcela da complementação da União referente ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O valor transferido foi de R$ 606.881.181,10.

São beneficiados com a complementação da União os estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e os respectivos municípios, por não terem alcançado o valor anual mínimo nacional, previsto para este exercício em R$ 2.096,68.

O recurso transferido obedece ao cronograma de repasse da complementação ao Fundeb disponível no portal do FNDE. Os repasses podem ser acompanhados pela internet nos sítios da Secretaria do Tesouro Nacional e do Banco do Brasil.

Assessoria de Comunicação Social do FNDE - MEC