sábado, 17 de julho de 2010

Fiscalização do FUNDEB é falha em relação aos investimentos no Ensino Fundamental

O repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) vem sendo realizado sem a devida fiscalização, tanto do Governo Federal quanto do Tribunal de Contas da União (TCU), fato que não garante ao sistema educacional de cada município o investimento esperado com esse dinheiro.

A fiscalização é de responsabilidade dos municípios e de conselhos, muitas vezes formados por parentes e apadrinhados dos gestores da cidade. O problema já chamou a atenção do Ministério Público Federal (MPF). "É inaceitável que a União transfira recursos sem que se cuide de regular a aplicação dos mesmos, estando claro que o sistema não funciona e que há fértil campo para que os cofres públicos sejam saqueados", alerta a procuradora regional da República da 1ª Região, Elizeta Maria de Paiva Ramos.

A fiscalização por amostragem feita pela Controladoria Geral da União (CGU), tem revelado que muito dinheiro público está escorrendo pelos ralos da corrupção. Mas, como o método já diz, não atinge todas as cidades beneficiadas pelo Fundef. Dos 43 municípios investigados entre 2003 e 2004, 55,73% não comprovaram a aplicação dos recursos ou tiveram fraudes e desvios.

O percentual dos que praticaram irregularidades e impropriedades em processos licitatórios chega a 65,57%. Há ainda 59,01% de municípios que apresentaram desvios de finalidade na execução de recursos que deveriam ser gastos em salários de professores e 36,06% deram outro destino para a verba destinada a despesas de manutenção exclusiva do Ensino Fundamental.

Apesar do Ministério da Educação (MEC) se ausentar do processo de fiscalização dos recursos destinados para a Educação Fundamental, entre 1999 e o final de 2004, o ministério recebeu mais de duas mil denúncias sobre irregularidades nos gastos do fundo. Como não tem fiscalização própria, o MEC encaminha as denúncias ao MPF, a CGU e aos tribunais de contas dos estados. Mesmo sem conseguir dar conta de controlar o que é feito com o dinheiro do Fundef, o MEC quer mandar mais dinheiro para os caixas municipais.

Está na Casa Civil um projeto de lei que cria o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que investirá não apenas no Ensino Fundamental, mas também nos Ensinos Médio e Infantil. A única diferença entre os dois fundos é o tamanho do investimento da União. Enquanto no Fundef, o governo investe R$ 400 milhões por ano, no Fundeb deve gastar R$ 5 bilhões. Quando o assunto é o controle dos gastos, os dois são exatamente iguais. "O princípio de fiscalização é o mesmo, já que tudo é descentralizado", explicou o técnico do MEC, Vander Oliveira Borges. Atualmente, a maior parte da fiscalização está restrita aos conselhos comunitários.



(Andi)

Dinheiro Direto na Escola

Liberados R$ 156,3 milhões a escolas de educação básica
Sexta-feira, 16 de julho de 2010 - 13:35

Recursos de R$ 156,3 milhões estão à disposição de caixas escolares, conselhos escolares ou similares das unidades de ensino públicas cadastradas no Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). As instituições de ensino contempladas oferecem, em sua maioria, ensino infantil ou integral.
Este ano, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo PDDE, dispõe de R$ 1,4 bilhão para investimento nas escolas. Criado em 1995, o programa teve a área de atuação ampliada ao longo dos últimos 15 anos. Até 2008, contemplava escolas públicas de ensino fundamental. Com a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, passou a atender toda a educação básica.
Hoje, além de liberar recursos para manutenção da infraestrutura das escolas públicas, o programa promove a acessibilidade para estudantes com deficiência ou mobilidade reduzida; financia a educação integral, o funcionamento das escolas nos fins de semana, com a oferta de atividades educativas e recreativas; e a reforma e a construção de coberturas de quadras esportivas em escolas participantes do programa Mais Educação.
Para participar e receber recursos do PDDE e atualizar dados cadastrais, é necessário que escolas públicas, municípios, estados e Distrito Federal façam a adesão no sistema de habilitação PDDEweb. O prazo para a primeira opção vai até 29 de outubro.

Os valores transferidos esta semana para as escolas podem ser conferidos na página eletrônica do FNDE.

Assessoria de Comunicação Social do FNDE