Na quinta-feira, realizou-se a última promessa de Steve Jobs. A Apple entrou no mercado americano de livros didáticos. Associada às maiores editoras americanas, ela produzirá livros a US$ 14,99, uma verdadeira pechincha. No mesmo lance, lançou o aplicativo iBooks Author (gratuito), que transforma qualquer autor num editor.
O Author turbinará o mercado de livros feitos em casa e vendidos na rede. Ele já existe, com resultados surpreendentes. Amanda Hocking, uma jovem de 26 anos movida a Red Bull que escreveu 17 livros nas horas vagas, submeteu-os a 50 editoras de papel e foi recusada por todos. Botou nove deles na rede, vendeu 1 milhão de cópias e embolsou US$ 2 milhões. O mais barato é gratuito, o mais caro custa US$ 8,99. (Com seu viés açambarcador, a Apple quer que a freguesia só use o Author em Macs e só comercialize seus livros na sua loja.)
Já os e-books didáticos prenunciam uma revolução, com vídeos, áudios e imagens que mudam ao toque do freguês. Mais a possibilidade de criação de comunidades de jovens que estudam naquele volume. Tudo isso por menos da metade do preço de um livro de papel. Quem quiser ver o que vem por aí pode baixar a versão para iPad ou iPhone de "Our choice" ("Nossa escolha - Um Plano para Resolver a Crise Climática"), de Al Gore, por US$ 4,99.
Essa revolução está na rua. Em vez de o governo pensar num modelo Kodak, comprando 500 mil laptops ou tabuletas, derramando dinheiro da Viúva com ferragens numa rede onde faltam professores e cursos de qualificação, os ministérios da Educação e da Ciência poderiam planejar o futuro. Em 2010, o MEC gastou R$ 855 milhões no bem-sucedido Programa Nacional do Livro Didático. Desse ervanário, pelo menos R$ 500 milhões foram gastos com papel, impressão e transporte. Coisas como alfafa e cocheiros no tempo das carruagens. Os autores ficaram com menos de R$ 100 milhões.
Os dias das grandes editoras de livros didáticos penduradas em parques gráficos durarão o quanto duraram os estábulos no início do século passado. Nos próximos anos, com a disseminação e o barateamento das tabuletas, as editoras, grandes ou pequenas, diferenciarão-se pela qualidade dos seus cérebros.
Se o governo for humilde na compra de ferragens, porém ambicioso no planejamento da capacitação de professores e de técnicos capazes de estimular e organizar autores, todo mundo ganha, sobretudo a Viúva.
Elio Gaspari
O Author turbinará o mercado de livros feitos em casa e vendidos na rede. Ele já existe, com resultados surpreendentes. Amanda Hocking, uma jovem de 26 anos movida a Red Bull que escreveu 17 livros nas horas vagas, submeteu-os a 50 editoras de papel e foi recusada por todos. Botou nove deles na rede, vendeu 1 milhão de cópias e embolsou US$ 2 milhões. O mais barato é gratuito, o mais caro custa US$ 8,99. (Com seu viés açambarcador, a Apple quer que a freguesia só use o Author em Macs e só comercialize seus livros na sua loja.)
Já os e-books didáticos prenunciam uma revolução, com vídeos, áudios e imagens que mudam ao toque do freguês. Mais a possibilidade de criação de comunidades de jovens que estudam naquele volume. Tudo isso por menos da metade do preço de um livro de papel. Quem quiser ver o que vem por aí pode baixar a versão para iPad ou iPhone de "Our choice" ("Nossa escolha - Um Plano para Resolver a Crise Climática"), de Al Gore, por US$ 4,99.
Essa revolução está na rua. Em vez de o governo pensar num modelo Kodak, comprando 500 mil laptops ou tabuletas, derramando dinheiro da Viúva com ferragens numa rede onde faltam professores e cursos de qualificação, os ministérios da Educação e da Ciência poderiam planejar o futuro. Em 2010, o MEC gastou R$ 855 milhões no bem-sucedido Programa Nacional do Livro Didático. Desse ervanário, pelo menos R$ 500 milhões foram gastos com papel, impressão e transporte. Coisas como alfafa e cocheiros no tempo das carruagens. Os autores ficaram com menos de R$ 100 milhões.
Os dias das grandes editoras de livros didáticos penduradas em parques gráficos durarão o quanto duraram os estábulos no início do século passado. Nos próximos anos, com a disseminação e o barateamento das tabuletas, as editoras, grandes ou pequenas, diferenciarão-se pela qualidade dos seus cérebros.
Se o governo for humilde na compra de ferragens, porém ambicioso no planejamento da capacitação de professores e de técnicos capazes de estimular e organizar autores, todo mundo ganha, sobretudo a Viúva.
Elio Gaspari
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