Para o comentarista, o alto número de licenças médicas de professores é sinal de que há muita coisa errada.
O número altíssimo de licenças médicas de professores deveria ter servido, há muito tempo, de aviso para as autoridades da educação. É um sinal de que muita coisa está errada. Deve haver licenças sem motivo, sim, mas o que se vê é que a imensa maioria de professores têm motivos fortes para se afastar da escola em que lecionam. São professoras que são ameaçadas de morte por alunos marginais.
Pais ausentes, que só aparecem para brigar. Escolas, que deveriam ser
os prédios mais lindos e mais acolhedores do município, muitas vezes
estão em situação precária, sem instalações sanitárias compatíveis,
telhado que não isola do calor, muros derrubados, cercadas por
traficantes. Só abnegados para trabalhar em um lugar desses, por
salários que deveriam estar entre os mais altos do serviço público.
Em escolas onde diretores são eleitos, professores ficam sujeitos à
demagogia misturada à pedagogia; em outros, a direção da escola está
político-partidarizada e fica difícil ensinar o que realmente interessa.
Aí vem o esgotamento, a desistência e a fuga. A educação, que deveria
libertar, não liberta da ignorância que acorrenta à dependência. E quem
perde é o futuro, como mostrou o aluno sem aula: "quem tá perdendo é
nós.".
G1
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