Além de dificuldade para preencher postos de trabalho por falta de mão
de obra qualificada, as empresas encontram empecilhos para capacitar os
profissionais, devido à baixa qualidade da educação básica. É o que
revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 1.761
empresas. A má-formação prejudica o setor, na avaliação de 41% das
empresas.
"Se você pega um trabalhador que tem uma base ruim em matemática,
português ou não terminou o ensino médio, isso afeta a capacidade de
aprendizado", disse o gerente executivo da pesquisa, Renato da Fonseca,
responsável pela Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado na
Indústria, divulgada hoje (28) pela CNI.
Para ele, o Brasil precisa rever seu modelo educacional e preparar o
estudante para o mercado de trabalho. Segundo Fonseca, o ensino
"universal", que privilegia o conhecimento fragmentado em várias áreas,
não colabora com a preparação para o mercado de trabalho.
"É preciso investimento na qualidade [da educação], mas também na
capacitação profissional. O Brasil tem capacitação muito baixa em
comparação com outros países. Temos que pensar em uma mudança no sistema
educacional, para focar em alguns aspectos da educação para o mundo do
trabalho", frisou Fonseca.
Para o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Luccchesi, é
preciso "repensar" a escola para que "dialogue melhor" com o mundo de
trabalho. "Para o desenvolvimento econômico e sustentável, a sociedade
precisa discutir a escola para que ela dialogue com a juventude.
Precisamos de mais educação profissional. Precisamos fazer mais, com
mais intensidade", pontuou.
Segundo ele, menos de 7% dos jovens brasileiros fazem educação
profissional ao mesmo tempo que a educação regular. Em países
desenvolvidos, o percentual é superior a 50%. Para Luccchesi, o Brasil
precisa formar mais engenheiros, mas também investir na qualificação
técnica.
(Com Agência Brasil)
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